O trabalho de gerenciamento significa
nada mais do que escolher alvos e
garantir, por meio de uma constante
supervisão, que esses alvos sejam alcançados.
Ele é um procedimento padrão em cada organização
bem administrada no mundo, com a
exceção habitual do jornalismo.
Uma vez que você tiver definido uma hipótese e
obtido evidências de que ela parece válida, sugerimos
que estabeleça os seguintes parâmetros
para o projeto:
1. Produtos:
Com que mínimo você pode se comprometer a
apresentar, em termos de histórias prontas? E
com que máximo?
- Sugerimos que o mínimo seja uma única história
original, baseada na hipótese inicial ou em uma
hipótese diferente, descoberta por meio da verificação.
Se a hipótese for suficientemente fértil, ela
pode ser expandida para uma série, ou para uma
narrativa de longa extensão. Não prometa mais do
que você pode apresentar, e procure não aceitar
menos do que o projeto merece.
2. Marcos do processo:
Quanto tempo você precisará para consultar as
primeiras fontes abertas? Quando você contatará
e entrevistará fontes humanas? Quando você
estará pronto(a) para começar a redigir a história, ou as histórias?
- Sugerimos que o(a) repórter e seus colegas envolvidos
façam uma revisão semanal dos avanços
alcançados. A verificação da hipótese e a descoberta
de novas informações são as primeiras
questões em vista, mas também é importante
estar consciente se o projeto está ou não em dia,
em termos de tempo e de custos. Atrasos que ameaçam
o futuro do projeto não devem ser tolerados.
E pessoas que não cumprirem seus compromissos
em dia devem ser dispensadas da equipe.
3. Custos e recompensas:
Além do seu tempo, que quase sempre é valioso,
pode haver custos com viagens, acomodações e
de outros tipos. Quais são eles? Especifique de
modo tão detalhado quanto puder.
- Se um(a) repórter estiver trabalhando independentemente,
ele ou ela precisa considerar se esses
custos serão justificáveis em termos de receitas
adicionais, novos conhecimentos e habilidades
adquiridas, novos contatos, prestígio ou outras
oportunidades. A organização deve considerar se
os custos do projeto podem ser amortizados por
meio de aumentos nas vendas, prestígio e reputação.
Todos os envolvidos devem considerar se o
projeto se justifica pela perspectiva de um serviço
de utilidade pública. Todos esses parâmetros são
formas de valor.
4. Promoção:
A quem essa história interessará? Como será
possível conscientizar esse público sobre a história? Isso envolverá custos adicionais (incluindo o
seu tempo e o tempo dos outros)? Que benefícios
podem ser alcançados para você ou a sua organização
por meio desse investimento?
- Não faz sentido algum investir em uma investigação que não é promovida pela mídia que a publicará.
Ademais, a ação promocional diminui os
riscos de contra-ataques pelos afetados, contanto
que a investigação seja precisa, pois isso chama a
atenção de potenciais aliados. A ação promocional
pode ser tão simples quanto uma manchete, ou
tão complexa quanto o uso de fóruns da internet
para gerar o “burburinho”.
Pode acontecer um abuso desses processos. Por
exemplo, um editor pode estipular alvos que não
são realistas, com uma meta oculta de fazer com
que um repórter fracasse. Mas quase sempre,
é bastante valioso substituir prazos diários por
alguma outra estrutura na qual as expectativas
sejam cumpridas.
Quando tudo acontece de acordo com o esperado,
a hipótese e a sua verificação servirão como
marcos para o seu progresso, e como indicadores
daquilo que precisa ser feito em seguida. É
inteligente também pensar para além da história
em si, considerando como ela será recebida pelo
público. A sua hipótese, que apresenta a sua
história em alguns poucos enunciados, é a ferramenta
que permitirá que você seja do interesse
dos outros.
Fonte: UNESCO / imagem (WEB)
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