sábado, 18 de julho de 2015

O uso das Portas Abertas

                        Siga pela porta que está aberta

E m um filme chamado “Harper”, o ator Paul Newman faz o papel de um detetive particular que se encontra diante de uma porta com um menino que quer provar o quão durão ele é. “Por favor, por favor, posso passar pela porta?”, ele implora. “Claro”, diz o detetive. A criança se arremessa contra a porta e quase quebra o seu ombro. Harper caminha até a porta, gira a maçaneta e a abre.



Muitas pessoas que agem como essa criança, tentando quebrar barreiras que não estão realmente fechadas, ou que elas poderiam facilmente contornar. Tipicamente, essas pessoas sofrem com uma ilusão: elas pensam que qualquer coisa que não é um segredo também não é digna de ser conhecida. E assim passam o seu tempo tentando fazer com que as pessoas lhes contem segredos. Até mesmo pessoas que são muito, muito boas nisso (Seymour Hersh e o neozelandês Nicky Hager vêm à mente) são obrigadas a mover-se devagar sobre esse terreno. Infelizmente, para a maioria de nós, é difícil diferenciar um segredo de uma mentira. Enquanto isso, a pessoa termina fazendo papel de bobo, pois normalmente, pedir as pessoas para lhe contar algo as torna muito poderosas, e torna a pessoa que pergunta digna de pena. Os profissionais de inteligência, cujos interesses incluem viver um tempo longo o suficiente para receber uma aposentadoria, usam uma abordagem diferente, com base em diferentes pressupostos:

. Maior parte daquilo que chamamos de "segredos” é composta simplesmente por fatos aos quais não tínhamos prestado atenção.
 
. Maior parte desses fatos - a estimativa comum é de 90% - está disponível para a nossa consulta em uma fonte “aberta”, ou seja, uma fonte que pode ser livremente acessada.

Temos ouvido frequentemente que em um ou outro país, as informações de fontes abertas são limitadas e de qualidade ruim. Isso pode ser mais ou menos verdadeiro. Mas também temos percebido que sempre há mais informações de fontes abertas à disposição do que os jornalistas têm conseguido utilizar. O seu sucesso em por as mãos nessas fontes e produzir histórias a partir delas é frequentemente fácil, porque os seus competidores normalmente não estão fazendo esse trabalho. Ao invés disso, eles estão implorando para que alguém lhes conte um segredo.




Fonte: Manual UNESCO / imagem (WEB)

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