sábado, 4 de julho de 2015

Quando ficaremos livres do preconceito?

                                    " EU TENHO UM SONHO."

“EU TENHO um sonho.” Foi o que disse o líder dos direitos civis Martin Luther King Jr. há 50 anos, em 28 de agosto de 1963, no seu discurso mais famoso. Embora ele tenha dito essa frase cativante num discurso nos Estados Unidos, sua ideia de que um dia as pessoas estariam livres do preconceito racial tem sido adotada por pessoas de muitos países.

                                       Martin Luther King Jr., em seu discurso sobre direitos civil

Em 20 de novembro de 1963, três meses depois do discurso de King, mais de cem países assinaram a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Outras iniciativas elogiáveis foram adotadas em todo o mundo nas décadas seguintes. Qual foi o resultado desses esforços?
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em 21 de março de 2012: “Há muitos tratados e dispositivos, bem como um programa global, para impedir e erradicar o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância. Mas o racismo continua a causar sofrimento a milhões de pessoas em todo o mundo. ”
Que dizer de países que até certo ponto têm conseguido lidar com o racismo e outras formas de preconceito? Será que seus esforços conseguiram eliminar os sentimentos por trás do preconceito? Ou apenas impediram a demonstração desses sentimentos? Alguns acreditam que, na melhor das hipóteses, o que se conseguiu foi apenas diminuir a discriminação, mas não eliminar o preconceito. Por quê? Porque a discriminação é um ato que pode ser visto e punido por lei, ao passo que o preconceito não, pois tem a ver com emoções e pensamentos profundos.
Portanto, qualquer tentativa de eliminar o preconceito não deve apenas impedir atos de discriminação. Deve ser capaz de mudar os pensamentos e sentimentos de alguém em relação às pessoas de outro grupo
Embora seja muito comum, o preconceito é condenado pela maioria das pessoas. Qualquer tipo de preconceito é considerado crime e a Lei n° 7716/89 determina como punição prisão de 1 a 3 anos, mais multa e indenização por danos morais.
Mas como uma atitude  tão, criticada pode ser ao mesmo tempo tão comum? Pelo visto, muitos que desaprovam o preconceito não o percebem em si mesmos. Será que isso pode acontecer com você?


O QUE É PRECONCEITO?
Os pesquisadores acham difícil definir o que é preconceito. Alguns dizem que é “uma atitude ou sentimento negativo em relação a alguém só porque essa pessoa pertence a determinado grupo”. Outros dizem que essa atitude se baseia na “falta de informação”, o que leva as pessoas a “prejulgar os membros de um grupo”. Seja qual for o caso, o preconceito pode se manifestar contra a pessoa por causa de raça, peso, sexo, idioma, religião ou praticamente qualquer coisa que as pessoas encarem como diferente.

UMA QUESTÃO PESSOAL
Muitas vezes é difícil perceber se temos algum tipo de preconceito.

Assim, é fácil nos enganar achando que não somos preconceituosos ou que temos motivos válidos para ter um conceito ruim sobre pessoas de determinados grupos.

Como você sentiria ao se deparar com uma cena assim?


Para ilustrar como é difícil perceber se somos influenciados por algum preconceito, imagine a seguinte situação: Você está andando numa rua sozinho à noite. Dois homens que você nunca viu antes se aproximam. Eles são fortes, e um deles parece carregar algo na mão.
Você concluiria que esses homens representam uma ameaça? É claro que sua intuição talvez lhe diga para ser cauteloso numa situação como essa. Mas não há como determinar se esses homens são realmente perigosos só com base em sua intuição. Uma questão mais importante seria: de qual raça ou grupo étnico você imaginou que esses homens eram? Sua resposta pode revelar muito. Pode indicar até que ponto você foi afetado pelo preconceito.
Saudoso Paulo Autran disse: “Todo Preconceito é fruto, da burrice, da ignorância, e qualquer atividade cultural contra preconceitos é válida”.




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